Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/12/2006
Pesquisadores da Universidade de Washington, Estados Unidos, apresentaram um novo sistema que demonstra o controle direto de um robô humanóide por meio de ondas cerebrais. Além do robô, o sistema compreende um capacete dotado de eletrodos, para captar as ondas cerebrais, um programa que processa essas ondas e as transforma em instruções e uma conexão de rede sem fios, que transmite as instruções para o robô.
Robô humanóide
"Isto é realmente uma prova-de-conceito," diz o pesquisador Rajesh Rao. "Ela sugere que um dia nós seremos capazes de utilizar robôs semi-autônomos para tarefas como o auxílio a pessoas com deficiências ou para trabalhos rotineiros na casa de uma pessoa."
O usuário que vai controlar o robô veste um capacete dotado de 32 eletrodos, que capturam os sinais cerebrais por meio de uma técnica chamada eletroencefalografia. Ao mesmo tempo em que emite os comandos, o usuário acompanha os movimentos do robô por meio de duas câmeras, uma montada no próprio robô e uma outra montada sobre o teto, apresentando uma visão externa de sua movimentação.
O número de comandos disponíveis ainda é bastante limitado nesta fase das pesquisas. O usuário consegue fazer com que o robô mova-se para frente, escolha um entre dois objetos disponíveis, pegue o objeto selecionado e leve-o para uma de duas localizações possíveis.
Robô controlado pelo cérebro
Os testes mostraram que o robô captura corretamente os objetos escolhidos pelo usuário em 94% das vezes. O resultado é excelente, principalmente porque os sinais são captados pelo cérebro por meio de sensores externos, sempre muito sujeitos a ruídos. É justamente isso que limita a quantidade de comandos que podem ser emitidos, além do que os comandos precisam ser "radicais": o usuário nunca conseguiria dizer ao robô para que ele faça uma curva suave à direita; o máximo possível é "Vire à direita".
Esta configuração de controle exige que o robô seja autônomo o suficiente para compreender as ordens e desempenhá-las sozinho. O comando do usuário dirá apenas: "Pegue o objeto da direita"; acionar os braços, dirigir-se ao objeto e pegá-lo com o cuidado devido são coisas que já devem estar embutidas na inteligência do robô.
O próximo passo da pesquisa é justamente incorporar mais inteligência ao robô, como a capacidade para evitar obstáculos. Os pesquisadores esperam que isso permita que o usuário envie comandos "mais suaves", fazendo com que o robô aja de forma mais natural.