Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/10/2006
Vários mamíferos utilizam seus bigodes para explorar o ambiente e elaborar uma imagem tridimensional do mundo. Os roedores, por exemplo, usam seus bigodes para determinar o tamanho, o formato e a textura dos objetos. As focas utilizam os seus para seguir as ondas feitas por sua presa à medida em que ela nada para fugir.
Agora, dois cientistas da Universidade Northwestern, Estados Unidos, estão desenvolvendo bigodes artificiais para utilizar em robôs e em outros sistemas artificiais. A idéia é que os bigodes capturem informações do ambiente de forma mais ampla do que os sensores tradicionais, passando os dados para os "cérebros artificiais" das máquinas e dos robôs.
Mitra J. Hartmann e Joseph H. Solomon já construíram um bigode biomecânico artificial que imita a capacidade dos bigodes dos mamíferos e consegue detectar informações em duas dimensões. Mas a capacidade de seus dispositivos biomiméticos vai além e os cientistas conseguiram demonstrar que, além do formato, os bigodes artificiais detectam fluxos de gases e fluidos em geral.
"Nós demonstramos que o momento, ou torque, na base do bigode, pode ser utilizado para gerar representações espaciais tridimensionais do ambiente," diz Hartmann. O protótipo é baseado na estrutura dos bigodes de ratos.
Sensores biomiméticos como estes poderão ter ampla utilização, inclusive em linhas de montagem industriais e em oleodutos. Robôs autônomos, navegando por terrenos desconhecidos, e veículos subaquáticos são outras possibilidades.