Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/05/2006
Embora cães e gatos sejam os líderes na preferência mundial quando se trata de ter um mascote em casa, muita gente prefere iguanas, furões, peixinhos e... insetos. Há até uma associação de criadores de grilos e gafanhotos.
Imagine a frustração do dedicado dono de um "grilinho não-falante" tentando ensinar seu bichinho quando ele deve pular e quando ele deve ficar quietinho para que os amigos do seu dono o vejam.
Mas agora a robótica vem em auxílio desses dedicados criadores de insetos. Cientistas de várias universidades européias, trabalhando conjuntamente, desenvolveram um robô que consegue "pastorear" insetos. Por enquanto, a experiência só foi feita com baratas. Mas funcionou direitinho.
Os robôs, batizados de Insbots - uma junção das palavras insetos e robôs - são autônomos e capazes de transitar por uma área evitando obstáculos. Além de um sensores infravermelhos de proximidade, cada robozinho tem também um detector de luminosidade. Isso é importante, já que as baratas gostam muito do escuro.
Usando feromônios dos insetos, os cientistas conseguiram que as baratas reais aceitassem os Insbots como se fossem membros de suas colônias - interagindo com eles, inclusive acatando movimentos típicos da organização em colônia.
Coordenando a liberação dos feromônios e os movimentos, os cientistas conseguiram que as baratas seguissem os robôs, como se eles fossem outras baratas. Como demonstração definitiva do sucesso da experiência, os pequenos robôs foram capazes de fazer com que todas as baratas saíssem do escuro e se reunissem em uma área totalmente iluminada.
"Robôs já foram utilizados para interagir com alguns animais, como abelhas. Mas eles não conseguem reagir às respostas dos animais. Em nosso projeto, os insbots autônomos utilizam um algoritmo proprietário para reagir aos sinais e respostas dos insetos individuais. Isto resulta em uma cadeia de ação ou reação entre os agentes artificiais e os naturais - uma interação de mão-dupla que é única e muito promissora para ciências como a biologia e a robótica," resume o coordenador do projeto, professor Jean-Louis Deneubourg, da Universidade de Bruxelas, Bélgica.
Embora tenha demorado quase duas horas para que os robôs convecessem as baratas a ir para o claro, os cientistas acreditam que, um dia, será possível a criação de "robôs-lemíngues", capazes de fazer com que os insetos os sigam rumo a uma armadilha, eliminando a necessidade de se utilizar pesticidas.