Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/01/2003
Músculos artificiais não são exatamente uma novidade. Mas o progresso tecnológico está cuidando de trazer esses materiais promissores mais próximos da utilização prática. É pois uma verdadeira novidade um músculo artificial que alcança até 100% de expansão e pressões de até 100 psi.
Estes são os resultados das pesquisas feitas pelo SRI International, um laboratório de pesquisas sem fins lucrativos. Na verdade, o Músculo Artifical Polimérico Eletroativo (Electroactive Polymer Artificial Muscle - EPAM) é tão promissor que os pesquisadores envolvidos estão criando uma empresa independente para sua produção e comercialização.
Elastômeros poliméricos atuando como transdutores já demonstraram ser promissores para uma ampla variedade de aplicações industriais, tanto como atuadores quanto como geradores de energia. Essas aplicações vão desde a robótica até a indústria automobilística, onde um músculo artifical de alto rendimento pode ser utilizado com enormes vantagens sobre os tradicionais solenóides. Ao invés de simplesmente possuir as posições aberta ou fechada, o músculo artificial atua de forma contínua, variando sua posição unicamente em função da energia que é aplicada sobre ele.
O mesmo polímero utilizado como atuador quando submetido a uma corrente, pode também funcionar como gerador de energia, ao sofrer fortes deformações. Sua atuação é mais forte e mais controlável do que a apresentada por cristais piezoelétricos, que possuem as mesmas características.
Entre as aplicações atualmente pesquisadas estão microatuadores para microbombas e válvulas; músculos artificiais para movimento biomórficos de robôs ou mesmo em aplicações médicas, asas para robôs voadores e geradores de energia a partir de movimentos humanos.
No campo da robótica, os experimentos mais interessantes incluem MAVs (Micro Air Vehicles), pequenos robôs que voam como insetos ou pássaros. Como na natureza, asas são mais eficientes em pequenas escalas do que dispositivos como motores, por exemplo. Em conjunto com Universidade de Toronto, o laboratório SRI está desenvolvendo tecnologias para MAVs com utilização em missões de reconhecimento e resgate.