Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/01/2005
As memórias ferromagnéticas, capazes de manter os dados armazenados mesmo quando a energia é desligada, já estão chegando ao mercado. Mas agora dois pesquisadores conseguiram obter o mesmo resultado utilizando silício, o material utilizado para construir todas as memórias e chips atuais.
Vincent LaBella e Martin Bolduc, da Universidade de Nova Iorque em Albany, Estados Unidos, conseguiram produzir silício magnético dopando-o com pequenas porções de manganês. O processo de dopagem é básico em toda a eletrônica e consiste na modificação das propriedades originais de um material por meio da adição de pequenas quantidades de outro material.
O novo silício magnético, chamado de semicondutor magnético diluído, combina as propriedades do magnetismo, utilizado para armazenamento permanente de informações - o processo empregado nos discos rígidos - com as propriedades semicondutoras das memórias e componentes lógicos - utilizados para a construção dos chips.
Os cientistas conseguiram que o silício mantivesse o magnetismo até 127° C, bem acima da temperatura normal de operação dos equipamentos eletrônicos. Isto foi feito com a adição de manganês a uma proporção de um por cento.
"Os resultados são muito entusiasmantes e abrem as portas para componentes spintrônicos baseados em silício que operem até acima da temperatura ambiente," comemora LaBella.
O artigo "Above Room Temperature Ferromagnetism in Mn-ion implanted Si" foi publicado no periódico Physical Review B.