Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2002
A HP (Hewllet Packard) anunciou avanços inéditos no campo da eletrônica molecular, alcançados pelos cientistas de seu principal laboratório de pesquisas.
A empresa anuncia ter criado a memória eletronicamente endereçável de maior densidade até hoje alcançada. O protótipo do circuito, uma memória de 64 bits utilizando chaves moleculares como elementos ativos, tem 1 mícron quadrado, tão diminuto que mais de mil dessas memórias caberiam no topo de um fio de cabelo humano.
A densidade dos bits é mais de dez vezes superior à densidade das memórias atuais. A descoberta combina, pela primeira vez, memória e lógica utilizando elementos chaveadores moleculares, essencialmente transístores, não voláteis (não perdem os dados quando são desligados) e que podem ser regravados . O circuito foi fabricado utilizando um avançado método chamado litografia por nano-impressão, um método de impressão que permite que uma pastilha inteira de circuitos seja impressa de maneira rápida e barata a partir de uma matriz.
No início da pesquisa, os cientistas construíram uma matriz com oito linhas paralelas, cada uma delas com 40 nanômetros de largura. A matriz funciona como molde. A seguir, três passos foram necessários para completar o processo.
Inicialmente o molde foi pressionado em uma camada de polímero sobre uma pastilha de silício, fazendo um negativo das oito linhas. A seguir, os oito sulcos foram preenchidos com platina, formando fios. Por fim, uma única camada de moléculas eletronicamente chaveáveis foi depositada sobre a superfície. O primeiro passo foi então repetido, após ter a pastilha de silício sido girada em 90º. Em cada um dos pontos de interseção entre os fios da primeira e da segunda camada, cerca de 1.000 moléculas ficaram prensadas. Cada um destes pontos representa um bit de memória.
Um bit pode ser escrito pela aplicação de um pulso de voltagem, o que ativa a resistência elétrica das moléculas. E ele pode ser lido medindo-se a resistência das moléculas a baixa voltagem.
A lógica foi incorporada ao circuito pela configuração das junções moleculares de forma a se criar um demultiplexador, um circuito lógico que utiliza poucos fios para fazer o endereçamento da memória. Um demultiplexador é um elemento essencial para que as memórias tenham utilização prática.